quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Connaissance

O tudo é reflexo do imutável
Atemporal e antagonista do vácuo
Onde as palavras absorvidas e saboreadas pela língua
Transformam a expressão em amarga ou doce
E o ciclo se encaixa novamente
Ao quão de essência se tem internamente

A mágica de Oz se adequa
A insanidade de Jung se adequa
A verdade de Nietz se adequa
A sinfonia de Mozart se adequa
As variadas formas de sentir um adepto
Do próprio coração em meio o caos

Pulsa e luta
Na ambiguidade e na disputa
No devaneio e no desejo
De si mesmo
Brioso anseio

Talvez um traduzir
Seja mais complexo que o transmitir
Mero caso de anomalia
É uma nobre afasia

Somos cegos embora possamos ver
Somos densos embora sejamos pó
Somos frações embora sejamos tudo
Somos métodos ou traças? (divinas farsas)
Diante o mundo..

Oriundo de qualquer lugar
Habitante da Mãe Gaia
Faço-te uma pergunta de praxe
Quem és você?


Connaissance

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Natal

Petulância de redundância
É a linha de aço do abraço
Transcendente do magnetismo pessoal
Ou no plural..

Todos são falhos consigo mesmo
Cruel é aquele que crê em tudo o que “vê”
Inimigo da própria mente crente
Inglória de saber e percorrer
Um caminho de mistérios
Etéreos

Insurgente da descrença da doença
Insurgente da labuta fajuta
Insurgente da escuta de voz muda

Méritos perdidos no saguão que está vago
Ocupado.. Reservado.. Censurado
Modéstias perdidas no saguão da lucidez
E pela primeira vez

Oportunidades aproveitadas com sensatez 

Questionado seja o presente 
Que vende 
Felicidade embutida na embalagem
Quanta bobagem,.

Desigualdade pura, na crua pupila de uma criança
Que sente a solidão 
De pais ausentes 
Comprando um capital 
E desejando Feliz Natal

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A vez do Tal

Talvez a vez do tal
Seja a nobre sutileza do mal
E o bem
Que me quer também
Explique a medonha escusa do defeito
Anseio moderado de pleno efeito
Do feito

Talvez a vez do tal
Signifique a igualdade carnal
Ou a carne
Inevitável arte do charme
Evite a fadiga animal

Talvez a vez em vez de quando
Transforme o indivíduo em profano
Vulgar e insano
Meu ser é desdouro
Lapidado com ouro

Talvez eu
Que nem corpo tenho dito como meu
Ou a luz
Que vibra e reluz
A glória involuntária que faz jus
Um oco de matéria personificado que traduz

Fiat Lux

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Matilha na ilha

Miragem dissolvida e embalsamada na mirra
Reluz o engano da birra
Escura a luz que distante advertia
Paisagem distorcida da nobre alteza deveria
Células se multiplicam incessantemente
Na margem do erro toda via

Ápices de lucidez reconquistam o conforto
Escusas iniciam o metabolismo do confronto
Méritos ressaltam desejos
Transcendente de ancestrais e devaneios
A luta e labuta, a renomada e adquirida
Concretiza a fórmula perdida
Onde se encontra a fonte da juventude?
Tesouro interno (no próprio inferno)

Exaltado seja aquele que desvenda a invisível venda
Abstêm-se da incerteza com gentileza
Tão pouco a dúvida que reluta
Um obséquio ressalva a conduta

Senhor de si
Com corpo de Sol cristaliza a verdade
Com corpo de Lua honra a igualdade
O anseio é conselheiro
Da imensidão da armadilha
Que domina a matilha

Lobos e cordeiros
Todos eles habitam em nós
Na divina comédia poética que é a vida

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Ressonância

Nascemos para sermos escravos 
Na matriz da realidade paralela
Taxados e etiquetados pelo padrão 
Quem merece nosso perdão?
A linha densa que suspende e prende o nó
Veste e enaltece o que usa paletó 
Traje e ultraje que esconde o homem nu
Mantém um louco através do vodoo
Bebida de ego traz o amargor
Que perpetua na garganta a secura 
Limites estabelecem o valor 
Agraciado pela vastidão insegura 
O vácuo suspenso 
Da imaginação fértil e rotineira 
Abduz indivíduos para o abate intenso
Transitando na coragem passageira
Onde abstém o insano da matilha 
Que só o eco ressoa na orgia

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Rei da Terra

Inglória subjetiva confronta a adrenalina
Justiça celeste engrandece o cupido no flerte
Cristais medievais são sábios e velhos mestres
São gênios enrustidos no gélido tato
E tudo, tudo é uma película transparente suspensa no vácuo
Bem e mal não existem, apenas o caminho
Que transcorre e dissolve nas mãos de um desejo
Equilíbrio é um sujeito perfeito
Habitante do plano físico de nome Terra
Na lucidez de um sonho o conheci
Tão perfeito quanto suave
Imperador do tempo e espaço distorcido
Confronta as vítimas e os réus
Mantém a sincronia da conexão em espiral
Lapsos de prazer surgem na mais calma insanidade
Nossos átomos se tocaram
E explodiram harmonia

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Um somos nós

Nutre o abutre
Nutria a assimetria
Nutrirá a maestria
Observei a lua e um gato viu-se nela
O miado chiado do mirrado  
Perceptível aos olhos dos céus
Indagam ao clamor de réus

Constelação pura na crua e nua bravura
Intrasferível a recorrência de frio
Umbral de fantasias clandestinas
Feitiçaria pura nas esquinas

Blasfêmia suja na muda voz do falante
O ouvinte surdo observando
Sua própria cegueira noturna
Distanciando a reverberação da imaginação
O sentir das pernas de um paraplégico
Atordoam o louco no hemisfério
A cama responde ao adultério
Sul
Azul
Um..

Um somos nós

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Amanhã é de banana

Descalça e nua
Com moletom e salto
Tropecei na ignorância
Rasguei a roupa
Joguei fogo no algodão da malha

Dissolvi um preconceito
Um erro de antigo nobre preceito
O qual subestimava
A relevância massiva
Angariada no dorso do conservadorismo
Eis que não me lastimo
Fiz uma pausa;
E tudo do latino
Me fez feliz
Um presente do destino

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Passagens

O mar reflete a cor dos meus olhos
Tramandaí é linda nos dias de inverno..

E nesse suingue ventoso
A multidão se envolve no mesmo vagão
Uns claros, morenos, altos e baixos
Humanos são como células
Multiplicam-se fácil e reconstituem funções perdidas

Em trancos e barrancos me perco dentro de casa
As roupas misturadas, cama amarrotada.
Quem é dono de si, no mínimo vestígio de desordem?
E tudo, mas tudo se configura exatamente como antes
Junto, perdido e mistificado..

Pego o trem para ir..
Mas de fato, onde é a minha casa?
Sinto como se houvesse duas vidas paralelas
Uma nas rosas e a outra nas pichadas passarelas..
Qual horário de ônibus lotado posso pegar?

Quero voltar ao lar..
Passagens insignificantes de papéis
Indicam o caminho desejado
Mas, e se eu não quisesse?

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Mansão abandonada

O que consome o dia se não a noite?
Fotografias do tempo impactado refletem as cenas
Naquela mansão me tornei as escadas
A sacada e o chão
Sem luz elétrica, os vultos voavam como relâmpagos
As portas se abriam sem nada nelas existirem
E as passagens secretas se dissolviam com o vento..
Lua cheia brilhava e o vinho embriagava
O que foi real?
O que é real?
Passado não se volta, apenas nossos passos..
Há vida na nova trilha, tão bela quanto o sol
Me despedi e me despeço do antes

Agora reconstruo primeiramente pelos tijolos 
E a cada dia concretizo mais a nova casa
Desfazer e abandonar 
Eis um sentido sensorial do desapego

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Av. Augusta

Caminhava na Augusta
Sentia-se a terrível angústia
Da comunhão do pecado
Transcendente da corrente benevolente
Inundada de monstros imaginários
Seria um autista o Criador?
Ou um indomável desejo invisível o destruidor?
Acorrentando o apego no ego
Dissimulando a lucidez do insano
Transforma-se o acaso do caso em profano..

O que seria do equilibrista da vida
Sem a senda do fio da navalha
Dividida em terços de encontro e despedida
Angariada no peito o nobre anseio
Quem dera que no caminho houvesse retas
Mas em círculos e curvas se cumprem as metas
Lenta e progressivamente..
O tempo que se anda na avenida..
Assim se vão os passos perdidos de debutante na noite diurna..

No mais profundo sonho dormi acordada
Transitei no plural de seres que em mim haviam
Em planos sequenciais de existência
Oriundas de ausências por excelência
O oco do imutável sabor de amargor
Derretia a vitória em dor
Miserável e bendito seja o escolhido templário
Erudito e mago do bem mais precioso do palácio
Castelos de areia aguentam imensas tempestades
Transição de ventos e calafrios permanecem instáveis

A guerra é a incessante batalha pela vida
Sendo a espada do cavaleiro uma fiel e escudeira
Na vigia e na orgia

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Lótus de mil pétalas

Ninguém disse tudo
E todos disseram nada
O mundo interno, sutil e transmutado
Volta-se contra o gigante santificado
O clamor do anonimato torna a vida plena
A ceia com pão e vinho
Exalta a divina criação da insubstituível morte serena
Ó Mãe Ísis que nenhum mortal levantou o véu de linho
Agracia-me com a irrevogável fonte eterna da imortalidade
Tanto nobre quanto a lótus de mil pétalas
És a vida sendo guiada com liberdade
O real já se torna suportável aos olhos de deuses
Que destoam as camadas das diversas peles
Animais, monstros, humanos ou sábios
Ninguém disse tudo
E todos disseram nada


Obs.: Leiam de baixo para cima também

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Santo Graal

Todos parecem iguais de longe..
Transitando com sonhos na estrada
Ambiguidade pura na solidão do deserto incerto
Grãos.. Cooperando no manifesto
Saudosa devoção individual..
Versos de tempestades que respiram ritmados
Explorados com o suor da alforria angelical

A honra do desonrado vértice árido  
É o mérito sendo procrastinado
Inabalável insanidade translúcida
Fonte inesgotável de seres etiquetados

Romarias ao céu viram opção do caduceu de Baal
E quem de fato pertence a linhagem do Santo Graal?
Mecânicas ondas frenéticas se oscilando

Assim como nós humanos 
Vivendo e simulando

O arame farpado esfarrapando nossos farrapos
Não nos deixam mais marcas
Como o corte nobre da carne de segunda do pobre
As linhas de ferro que conduzem os trens ao
Desconhecido,
Quando no fim se cruzam, é como se nada houvesse existido

Nem rostos, nem corpos, nem sorrisos
O tempo transpõe o medo incumbido

Prestígio Insurgente

Me sinto presa no casulo
De declínio nulo e oriundo
Do prestígio insurgente 
Da vida hostil no asilo caliente
O desprezo é uma arma de fogo
Nas nossas mãos etérias e maléficas
Casmurros, quanta miséria na modéstia
Observo o ápice da impotência
E o demônio (grande amigo) da superação..
Sonhos que sondam o profundo inconsciente
Revelam formas de uma maldição
Obrigue seu escravo corpo animal
A não sentir desejo carnal
E verás que o anseio da recompensa
Te aprisiona no próprio ego por excelência

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Mãe Gaia

O que é real nesse caos de Mãe Gaia?
A evidência de consciência na gandaia..
Afirmo que a morte é um orgasmo 
Do verso e inverso da personalidade
O prazer acompanha o incrédulo marasmo
O desejo convoca a promiscuidade
A dança que entrelaça
Vaga, confronta e lança
Palavras ao vento premonitório
Da desgraça do réu no interrogatório
O homem tem medo do mais divino destino
A convicção da dor se torna impecilho
Sejamos nobres e indiferentes
Os covardes sofrem por coisas inexistentes

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Insensatez Lúdica

Dias velhos e novos vem e vão
Como uma complexa canção
Ápices de um solo no piano
Transfigurado com a orquestra majestosa
Onde fios energéticos conectam o suingue de instrumentos com o regente
O anfiteatro se nota lotado, imprevisível e divergente.
Como pode a imperfeição ser luxuosa?
O Maestro impõe a precisão de um ofício
Como o infinito dos seus olhos exerce a força misteriosa
Admirável seja aquele que entende o irreal raciocínio
Do belo, lúdico e fluente
Como o afluente do imutável sabor do seu beijo
O quão eu desejo, entendo e compreendo
Só há espaço para um louco no casal
Porém, todos têm graus diferentes de insensatez
O abismo é o orgulho ordinal
Que encobre a nobre e autêntica.. Talvez lucidez?

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Egos cegos

Talvez o que me seja útil
É o inútil e fútil
Do obséquio alheio
E não satisfeito o sujeito
Inunda o mar Pacífico
Usando o artifício
De tristeza medonha
Acumulada no dorso da lembrança inacabada
A quão esfarrapada
No peito o desejo mundano do supérfluo
Miserável destino inserto
Qual será o rumo certo?
Perdemos para o próprio ego
Na variável humana de perambular no apego cego

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Mar cinza cristalino e tóxico

Eu sinto vida na sombra
Ela pulsa e sobre sai ao observar a cidade de pedra
É como uma caverna escura e misteriosa
Onde a alquimia transforma a essência primordial do drama
Entre a saga feroz de um culto pagão
Inserida no meio ambulante cristão
Seres que se disfarçam de animais
Enrustidos de formas ordinais
Vestem máscaras transparentes
Exaltando a luz transcendente
A escusa cristaliza a irrevogável magia universal..
Correspondente a dimensão do ponto central
Alguns sábios se revelam
E lá, escondido, invisível
Se mantém um desconhecido insubstituível
Somos o tudo e o nada
Um mero grão de areia da praia
Capazes o suficiente de crescer
E combustar um extremo potencial ao florescer
Imploro, clamo por liberdade na imensa escuridão
Do mar cinza tóxico e ortodoxo
Impróprio de consumo de distração

Cor Agem

Éramos crianças indomáveis
A coragem que havia em nosso peito
Transformavam-nos em heróis da nossa própria vida
O gigantesco dom de criar e fazer
Habituavam-nos em crescer e ter poder
Traduzíamos as memórias lúcidas da imaginação
E o subjugar dos alheios não nos eram importantes
Apenas queríamos sentir o gosto da felicidade
Senhor e senhora onde foi parar nossa invencibilidade?
Se a única preocupação era construir castelos e escalar árvores
Tudo era sutil como a fina película do véu de Mona Lisa
Hoje apenas nos resta o opressor moralista
Sejamos nobres como éramos na infância
E que possamos resgatar aquela antiga elegância

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Bom filho

A chuva Chia E guia Cai e vai Em um rumo incerto Talvez honesto Na calada da madrugada O soar do estrondo de arma Desperta uma alma Ressurreta o sonho De um humano tristonho A realidade abstrata Criptografa uma hipótese E a criação de uma tese Segundo o detetive obedece As leis de comportamento humano Expandem variáveis para o insano Que em uma vaga lembrança Estava com esperança Obervava o chover Quando quis mover A miséria do seu corpo nú O gatilho encostou E o irrevogável confirmou Clemência e Misericórdia Piedade e justiça Um irmão se mostra em forma Pois o bom filho a casa torna Pai e mãe estou de volta Por onde começo com o churrasco? E assim se enclausura o único casco..
Inflamado, mensurado e detestado
Inflando o poderoso fogo misterioso
No novo estrondoso "REPOUSO"

terça-feira, 26 de julho de 2016

Talvez um dia consiga descobrir e responder o que significa a vida, talvez um dia possa transcrever sobre a minha percepção do irrevogável momento abstrato e significante o suficiente para conferir-lhe a palavra singela, vida quem é você?..

Fagulhas

No sonho lúcido fui hipnotizada
Aquele perfume afrodisíaco me fascinava
Agora, mãos geladas tocam minha pele
E um arrepio ofegante me embriaga
Nos espasmos de um ato carnal
Me sinto completa, eu sou animal
O coração transborda prazer
A mente não me mente em dizer
Que sou filha de deuses
E um deles sou
Durma comigo essa noite
Eu sou o que você sempre esperou
E nesse magnânimo luau
Me sinto completa, eu sou vegetal
Pois me sinto completa, eu também sou mineral...

Rameira hostil

Na escultura da qual meu corpo é moldado
O relevo das minhas tatuagens 
Revelam as curvas traçadas na pele
Tento deleitar o irrevogável véu da nudez
E a perversão do ego inconsciente
Retém a relevância ineficiente
Como reinar em algo decadente?
Se o cruel é o experiente..
Aniquile os adornos externos
Sem precisar de adultérios..
Meu ser é um simples reflexo do hostil
Que saboreia e aprecia o fútil..

Mestre vigente

Como pode
O encontro de um reflexo 
Causar tantas rachaduras no espelho?
Se o que corta mesmo é o desespero
E aquela sombra misteriosa
Cuja a face é delicada
Como o veludo de um véu
Transmite a monstruosa
Sobriedade de um réu
O espelho apresenta uma escusa
Da dívida e dúvida
E um mestre vigente
Abstém um insano divergente
Dentro de um hospital radical
Cheio de memória espiritual

Apenas o destino

O destino é a simetria do denso O enredo de uma interminável peça O laço que enlaça o corpo e a alma O que se transforma em um senso A luz que invade as frestas A escuridão que invade as promessas A luta de um guerreiro infame A escolha do corcunda de Notre Dame E os raios que espantam os males E as chuvas que limpam os vales E os ventos que gritam nas portas E as noites que fizemos apostas Apenas esperando o gélido e último suspiro Apenas acreditando no destino

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Legacy

O legado das lembranças
É sentir o que foi sentido
Reviver em segundos
Lapsos do eterno e imutável passado
Fecho meus olhos para ouvir
O que minha alma grita em silêncio
Percebo a cegueira e a lucidez do meu coração
Em meio a esta brilhosa escuridão
Luzes que obstaculizam a verdade
Transcendem a prisão da subjetividade
Vendi minha paz, mas não comprei indulgências
Por favor, deixe-me espiar um pouco do paraíso..
Venho da terra dos filhos perdidos
E redescubro em pequenos passos
O caminho da volta de casa
Na trilha dos meus monstros
Que um dia foram inimigos

Fino Traço

Saibas separar o joio do trigo
O útil do inútil
O servo do nobre
O rico do pobre
Não materialmente
E sim intelectualmente
Nesse fino traço
De longa espessura
Vidas se cruzam
E se desfrutam
Misturando umas nas outras
Esperanças e alianças
Desejos e devaneios
Na camada menos densa do crepúsculo
Onde o fio da luz se projeta
E os escolhidos se dissipam
No meio de nuvens e da vastidão

Metropolitano

O cantar dos trens me alucina
Juntamente com aquela adrenalina
Seu gosto é doce como o mel
Que me aflora e adorna
Sensações de prazer
Que preciso dizer
Somos tudo e nada
No meio da noitada
Pensando na conexão
Que é a extensão
Do nosso futuro incerto
Mas é ao certo
Um presente
Aproveitado e inventado
Com nossas vontades
Cheias de vantagens
De paixão e admiração

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Sussurros eternos

E se os olhos pudessem escutar
As intenções do alheio?
A incidência de frustrações cresceria..
Cada ser é único
Cada voz é única
A complexidade humana me surpreende..
O mesmo timbre que emite a dor, também emite alegria
A cena dramática tem a beleza do momento
Apresentada ao espectador no palco da vida
Procuro o meu talento em cada esquina da curva do círculo
E me perco no embalo do balanço da infância
Espectros de luzes que pairavam no ar
Sussurravam em meus ouvidos:
“Você não é matéria, é luz!”
E nesses momentos de eco
O primeiro e último suspiro é evocar o silêncio
Das memórias vivenciadas de uma antiga e eterna criança..

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Carta poética

Sr. Casmo Nobre asno És um bastardo Discorda da fofoca Que evoca E sufoca O fato de uma verdade Da realidade Que é covarde Mediante ao meliante Ignorante Que se intriga E acredita Na vida sem partida

terça-feira, 7 de junho de 2016

Vida

Me dê uma dose de vida
Pois meus galhos já estão todos secos
No céu transita um disco
Que abduz minha coragem
Luzes piscantes da noite gélida
Vagam entre os olhos de um louco
Vozes ocultas assumem formas 
Peço a elas mais orgias
Thor me empreste seu martelo
Para destruir o meu ego
O vislumbre ainda permanece
Rezo a religião inexistente 
E elas ressoam o eco do vazio 
Mãe Lua me leve no colo
No tempo que for permitido
Até que possa florescer novamente
O sabor dessa jornada é o amargo do uísque
Que esquenta e nos renova lentamente..

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Leões

Nesse intenso caos Sucumbir à carne se torna artifício Da imposição do egocentrismo Porque o refúgio do homem é o vício Emoções viraram marionetes Nas mãos do inconsciente petrificado Esta essência maldita de se corromper É o instinto padronizado Leões se fingindo de cordeiros Caçam a presa sem rodeios Como no açougue do mercado Escolhem o pedaço para ser devorado
Ser humano que não se impõe Vira almoço de Lobo Rei O resgate só se compõe No surgimento da Lei

terça-feira, 24 de maio de 2016

Insanidade desconfigurada

A forma mais fácil de ser insano
É quando pensamos em demasia
Nos perdemos de nós mesmos
E embora todos tenham um grau que difere do óbvio
Me vejo em colapsos mentais frequentemente
É possível viver em uma realidade paralela?
Digo que sim, "all the time"
E nesses surtos neuróticos de espectro autistas
Somente o tempo universal percebe a profundidade deles
Sei que tudo é uma ilusão no espaço/tempo
Os sentidos humanos são desconfigurados
São distorcidos
São manipulados..
A única possível definição de programação futurista
É que somos memórias eternas
Em busca do encontro de si mesmo

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Fênix

Vento leve as palavras.. Onde só os escolhidos possam escutar Essa brisa que encosta no meu rosto Sinto você a me acariciar.. Como faíscas na brasa As chamas ainda nos aquecem Nada é por acaso na trama do caso A fênix transcende o retornar..

terça-feira, 10 de maio de 2016

Imensidão do coração

Sinta o som do seu coração São os tambores ressoando da Terra A sincronia perfeita e complexa do ser Sua frequência transmite o viver O caminhar reflete seu ritmo Que vibra diferente no agir e pensar É a bateria dentro do corpo Sinta ele pulsar em todo lugar Durante a imensidão da noite Ele grita ainda mais Não o açoite Escute-o até falar Segredos que só o tempo revela E que o vento carrega ao voar Pequeno órgão singelo Transpõe o universo particular O impulso da flecha É na verdade o sinal que ela dá A razão mira o alvo E a emoção o conduz a chegar

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Soberania existencial

     A natureza do homem é a Soberania.. Entretanto, como em toda regra há exceção, alguns nasceram para serem apenas servos.  Esses, são os servos do sistema, moldados e configurados para continuarem o ciclo vicioso do consumo e descarte. Em contrapartida, os soberanos de si mesmo (nos planos físico, mental, espiritual), reagem ao processo de forma diferente, vivem no mundo e não para ele. Seguem o caminho da nobreza, usando a auto-observação como o principal método de crescimento. É como se cada ser que conhecemos, fôssemos nós mesmos refletidos em níveis e graus de consciência diferentes.

       Imaginem uma pessoa dentro de uma bolha invisível, essa pessoa está angustiada e tenta falar, mas ninguém a ouve. Agora, continuem com essa imagem refletida, mas essa pessoa que está aprisionada é você.. Ninguém além de você mesmo pode te ajudar! Pense nas diversas vezes em que deixou de fazer algo por medo ou vergonha... Faça! Saia dessa bolha que criaste e vá viver o instante presente, somos luz dentro de um corpo físico. Temos infinitas possibilidades de evolução, no caminho da senda do fio da navalha, onde não há o bem e o mal, e sim a nobreza de um ser que é uma memória eterna do mundo.. Sejamos Soberanos de nós mesmos ao rumo da luz perpétua.. Que assim seja!

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Conceitos..

A ofensa é como uma brasa, queima a mão do ofensor e fere alguém quando atirada...
Quando os muros do preconceito forem extintos, haverá expansão da consciência. Esses, que alimentados por medos, fracassos e derrotas pessoais, geram como consequência a ofensa. Ao perceber que na verdade tudo isso são meios de atuações da inveja, cujo resultado é o "PRÉ-CONCEITO".
O vislumbre e a necessidade em querer viver a vida do outro, torna o indivíduo infeliz; pois não consegue nem viver a própria.. Conecta-se diretamente com o "CONCEITO" de vida ideal, estabelecendo limitações físicas, psicológicas e morais. A solução para a libertação dos muros e escudos erguidos, criados e alimentados, é o profundo conhecimento de si mesmo.. Sócrates já dizia: "Conhece a ti mesmo, e conhecerás o universo e os deuses, porque se o que procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não acharás em lugar algum"..

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Sinfonia Metálica


E no balanço do metrô
Centenas de vidas se confrontam com a realidade
Compondo a sinfonia de metal

Seres humanos padronizados pela sociedade opressora
Tocando a canção da vida roboticamente
Corpos de ferro, corações de lata

A orquestra evoca o silêncio
Somente o atrito dos trilhos fazem barulhos
Expectativas compõem o vagão

E o soar do sinal avisa a saída
E novamente o ciclo vicioso inicia

Moldura do meu ego..

Percebo que meu caráter não é transmitido através da forma em que me visto, e nem das minhas ações; que na verdade são o reflexo e moldura do meu ego..
Percebo que minhas atitudes não são a real definição de meu ser, porque ele é dominado pelo inconsciente manipulador..
Percebo que sou apenas lembranças, porque é apenas isso que nos deixam vivos na lembrança de alguém..
Sou uma memória em tempo real, em meio de pequenos grandes monstros da história do grande universo abismal..

Chopin - Nocture op.9 No.2

https://www.youtube.com/watch?v=9E6b3swbnWg