O mar reflete a cor dos meus olhos
Tramandaí é linda nos dias de inverno..
E nesse suingue ventoso
A multidão se envolve no mesmo vagão
Uns claros, morenos, altos e baixos
Humanos são como células
Multiplicam-se fácil e reconstituem funções perdidas
Em trancos e barrancos me perco dentro de casa
As roupas misturadas, cama amarrotada.
Quem é dono de si, no mínimo vestígio de desordem?
E tudo, mas tudo se configura exatamente como antes
Junto, perdido e mistificado..
Pego o trem para ir..
Mas de fato, onde é a minha casa?
Sinto como se houvesse duas vidas paralelas
Uma nas rosas e a outra nas pichadas passarelas..
Qual horário de ônibus lotado posso pegar?
Quero voltar ao lar..
Passagens insignificantes de papéis
Indicam o caminho desejado
Mas, e se eu não quisesse?