quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Matilha na ilha

Miragem dissolvida e embalsamada na mirra
Reluz o engano da birra
Escura a luz que distante advertia
Paisagem distorcida da nobre alteza deveria
Células se multiplicam incessantemente
Na margem do erro toda via

Ápices de lucidez reconquistam o conforto
Escusas iniciam o metabolismo do confronto
Méritos ressaltam desejos
Transcendente de ancestrais e devaneios
A luta e labuta, a renomada e adquirida
Concretiza a fórmula perdida
Onde se encontra a fonte da juventude?
Tesouro interno (no próprio inferno)

Exaltado seja aquele que desvenda a invisível venda
Abstêm-se da incerteza com gentileza
Tão pouco a dúvida que reluta
Um obséquio ressalva a conduta

Senhor de si
Com corpo de Sol cristaliza a verdade
Com corpo de Lua honra a igualdade
O anseio é conselheiro
Da imensidão da armadilha
Que domina a matilha

Lobos e cordeiros
Todos eles habitam em nós
Na divina comédia poética que é a vida

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Ressonância

Nascemos para sermos escravos 
Na matriz da realidade paralela
Taxados e etiquetados pelo padrão 
Quem merece nosso perdão?
A linha densa que suspende e prende o nó
Veste e enaltece o que usa paletó 
Traje e ultraje que esconde o homem nu
Mantém um louco através do vodoo
Bebida de ego traz o amargor
Que perpetua na garganta a secura 
Limites estabelecem o valor 
Agraciado pela vastidão insegura 
O vácuo suspenso 
Da imaginação fértil e rotineira 
Abduz indivíduos para o abate intenso
Transitando na coragem passageira
Onde abstém o insano da matilha 
Que só o eco ressoa na orgia